Nenhuma palavra vai conseguir descrever o que estou sentindo nesse momento. Dor? Tristeza? Falta de esperança? Vazio? Luto? Não, não existe palavra. Tenho perguntas. Muitas perguntas... Até quando teremos que conviver com essa brutalidade diária? Quantos inocentes mais precisarão morrer? Qual tragédia vai sensibilizar mais as autoridades para que elas consigam tomar alguma providência? Será que isso não vai mudar nunca? Como esses bandidos conseguem dormir? Quando nós conseguiremos viver? Estamos mesmo vivenciando um genocídio? Alooooooooooooooow, será que alguém ouve? Não, acho que não...é Carnaval, ou Olimpíada, ou Copa do Mundo, ou, ou...
Assim como acontece com tantas outras pessoas, agora foi a vez do amigo André Azevedo. Fotógrafo do jornal O Dia, Az, como era conhecido, passou dessa pra melhor (certamente pra melhor), aos 34 anos. Era a hora dele? Não sei. Isso só Deus sabe, mas certamente não merecia ser brutalmente assassinado em uma das vias mais importantes da cidade, quando voltava para casa após um dia de trabalho. Covardia, isso se chama covardia.
Das matérias que fiz com Az, jamais esquecerei da imagem dele subindo numa passarela no meio de um engarrafamento gigante para conseguir ângulos diferentes. Nas horas vagas, os assuntos eram sempre sobre aventuras radicais, viagens, escotismo, campings,... Pessoa de bem, querido por todos, amigo da natureza, amante da fotografia e das motos...André Az vai deixar saudade em todos que tiveram a oportunidade de conhecê-lo, mesmo que só um pouquinho.
O que esperamos agora? Não sei. Justiça? Não sei se isso existe por aqui... Medo? É, tenho medo de certos seres humanos que habitam o mesmo planeta que eu. Uns conhecidos como "bandidos" ou "políticos", ou...ah tanto faz. O que sei é que cada vez mais a desesperança aumenta. Salve-se quem puder! E que Deus nos proteja...
Vá com Deus e descanse em paz meu amigo.
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Canção da Despedida
Por que perder as esperanças de nos tornar a ver?
Por que perder as esperanças, se há tanto querer?
Não é mais que um até logo; Não é mais que um breve adeus.
Bem cedo junto ao fogo; Tornaremos a nos ver
Com nossas mãos entrelaçadas ao redor do calor
Formemos esta noite um círculo de amor
Pois o Senhor que nos protege e nos vai abençoar
Um dia certamente vai de novo nos juntar