A violência no Rio de Janeiro me assusta cada dia mais. Será que um dia isso vai acabar? Eu espero e ainda acredito que sim. Ontem, o jornal espanhol El País publicou uma matéria onde destaca a violência praticada por policiais nas favelas do Rio de Janeiro. Infelizmente é essa a imagem do país verde-e-amarelo lá fora...
Como o meu espanhol não é o melhor, aqui vai o link para a matéria original: El País.
O repórter Francho Barón relata a operação da Coordenadoria de Operações Especiais (Core) da Polícia Civil na favela do Rebú, na Zona Oeste do Rio, à procura de traficantes, em julho deste ano.
Barón destaca o poder da polícia dentro da comunidade, enfatizando que os policiais têm "carta branca" para fazer quase tudo, como "atirar à queima-roupa, invadir residências sem autorização judicial e interrogar qualquer pessoa que possa ter informações que levem aos traficantes". Na reportagem, Barón explica que os policiais do Core e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) se comunicam por códigos. Segunod ele, o grupo é comandado por "um homem negro coberto com uma máscara de esqui e uma camuflagem chapéu".
De acordo com o repórter, a Core não entra nos locais de forma civilizada e sim chutando e por último utilizando explosivos, assustando crianças e espalhando pólvora, fumaça e poeira. No relato, os traficantes aparecem como adolescentes drogados. O repórter também cita os números da Polícia Militar do Rio de Janeiro, que contabilizou 20 policiais mortos em 2007 e 10 neste ano, e ainda, contrasta as baixas com o número de civis mortos pela polícia.
Segundo dados da Secretaria da Segurança Pública do Rio, citados pela reportagem, foram registradas 472 mortes de civis só no primeiro semestre de 2008; no mesmo período do ano passado foram 509. Barón cita um relatório da ONG humanitária Human Rights Watch, que afirma que os abusos policiais são raramente punidos e que, algumas vezes, são justificados pelas autoridades como uma "conseqüência inevitável de seus esforços para combater as altas taxas de criminalidade no Brasil".
A matéria cita o repórter de O Dia, Bartolomeu Brito, que tem 25 anos de atuação na cobertura policial do Rio e menciona o 2º turno da eleição para a Prefeitura do Rio no domingo, dia 26. "Durante esses dias, os candidatos a prefeito se esforçam para fazer fotos sorridentes, junto aos moradores das favelas, finaliza a matéria".